O retrato da realidade é o tema universal da arte. Independente do estilo de época e do artista, o retrato está sempre lá, com formas adversas e ângulos variáveis, mas sempre como um microcosmos do mundo, filtrado através da cabeça do artista.
Não foi muito longe desse tema que, em meados dos anos 50, a Pop Art trouxe de volta o retrato das realidades materiais do dia-a-dia da cultura popular. Televisão, fotografia, quadrinhos, cinema e publicidade representavam o contentamento visual das pessoas na época e, mesmo assim, não recebiam o aval de arte pelo fato de se configurarem como bens de consumo e produtos a serem adquiridos. A Pop Art transformou o comum em uma representação da realidade única, se configurando na volta a uma arte figurativa, em oposição ao expressionismo abstrato que dominava a cena estética desde o final da segunda guerra.
Pop Art surgiu na Inglaterra e sua denominação foi empregada pela primeira vez em 1954, pelo crítico Lawrence Alloway, para designar os produtos da cultura popular da civilização ocidental, sobretudo os que eram provenientes dos Estados Unidos. É possível observar nas obras Pop britânicas um certo fascínio pelo american way of life, visto que enquanto a Inglaterra saía de uma guerra, a sociedade americana desfrutava das dádivas do capitalismo.
Talvez o maior nome desse estilo tenha sido o americano Andy Warhol, cujo objetivo da obra é a crítica irônica do bombardeamento da sociedade pelos objetos de consumo (de produtos alimentícios até artistas da música e do cinema). Warhol reproduzia mecanicamente a mesma imagem, simulando a produção em massa requerida pelo capitalismo e o quão vazio de sentido e substância isso pode ser.A importância da Pop Art e sua inovação reside nessa transformação do consumo em arte. Nela, o épico, característica da arte elevada, foi substituído pelo cotidiano e, o que se produzia em massa recebeu a mesma importância do que era único e irreproduzível. A distinção entre essa arte elevada e arte vulgar foi, uma vez mais, diminuída e praticamente desapareceu, em uma proporção muito maior do que no meio do século XIX, quando a fotografia roubou o lugar da pintura no retrato fiel da realidade.
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